Residência dos Éomme

Relembrando a primeira mensagem :

Grande estrutura divida em três casas onde vive uma das mais importantes famílias de Selariel, a família Éomme

Galahad estava cansado, depois da luta e da festa que se seguiu.
Ele bebera mais do que o de costume, mas diferentemente de Ceinwyn, ainda estava sóbrio.

Ceinwyn ... o que será que tinha acontecido com ela? A ultima vez que o cavaleiro dos cabelos cor-de-esmeralda a vira, ela estava bebada e tinha arrastado o pobre Wang para fora da taverna. Será que os dois tinham algo?
Não. Wang parecia comprometido ... com o elfo ruivo que tinha aparecido sabe-se lá de onde no esconderijo. Então ... o que?

Andando pela frente da casa dos Eomme, que agora era mais como um QG das forças revolucionarias, enfim ele a encontrou, na varanda.

Galahad: Cein! Bebeu muito, foi? HAHAHAHAHAH ...

Ceinwyn olha para trás, notando Galahad. Ela balança a cabeça, com uma sobrancelha arqueada, voltando a apoiar os braços no corrimão/parapeito da varanda.

Ceinwyn: Não devia ter feito essa aposta... acabei estragando tudo, como sempre...

Galahad: O que houve? - ele pergunta, se aproximando de Ceinwyn, e encostando no parapeito ao lado dela, para se refrescar

Ceinwyn: Bem... algumas coisas... prefiro deixar em segredo. Mas... foi por minha causa. Mesmo ele dizendo que eu não preciso me desculpar... ainda sim, eu sei... no fundo, ele deve estar com um pouco de raiva. É normal, afinal, se eu não tivesse estado ali, daquele jeito, nada disso teria acontecido...

Murmura ela, abaixando a cabeça e fechando os olhos, ainda apoiada com os antebraços no parapeito.

Galahad: Você sempre se preocupa demais, Ceinwyn ... - o cavaleiro diz, dando 'palmadinhas' na cabeça da guerreira - eu tenho certeza que essa pessoa, quem quer que seja, não está brava. E sei que você vai conseguir "consertar" tudo.

Ceinwyn: Assim espero... - a guerreira levanta o rosto, fitando o céu noturno de Selariel, pensativa - Galahad, você gosta de alguém?

Pergunta Ceinwyn, imaginando o que ela faria se estivesse no lugar de Wang ou de Machel e pretendendo perguntar isso para o cavaleiro ao seu lado.

Galahad: Hummm ... ninguem nunca me perguntou isso antes ... - ele diz, coçando a barba levemente esverdeada - tem você ... mas não sei se é isso que você quer dizer ... [confuso, confuso mindufck]

Ceinwyn solta uma leve risada.

Ceinwyn: Não Galahad, eu digo, gostar de... "amar" alguém...

Fala ela, entretida com a resposta rápida que o cavaleiro havia lhe dado.

Galahad: AH! Isso ... - as bochechas dele ficam um tanto avermelhadas, criando um contraste curioso com sua barba - er .... não sei se eu ... já me ... a .... senti isso por alguém ...

Ceinwyn estica as costas, cruzando os braços.

Ceinwyn: É que eu estava pensando... se você fosse mal entendido[?] por essa pessoa, o que você faria, entende? Eu não posso pensar o que eu faria, pois sou muito diferente deles...[wang-machel]

Galahad: Ah! Entendo. Se isso fosse comigo ... eu tentaria mostrar pra pessoa que eu amo que ela é unica na minha vida, que é só ela que me faz feliz e ... que sem ela, não sou nada.

Ceinwyn sorriu, virando seu rosto para fitar Galahad.

Ceinwyn: Hum... parece o tipo de coisa que você faria mesmo - murmurou a guerreira, dando um soco de leve no braço do cavaleiro - mas é... bem... ahn... legal... [LOL ? legal = profundo]

Galahad: Espero que legal signifique "algo que possa me ajudar" - ele diz, em um tom brincalhão

Ceinwyn: É claro que sim. É incrível como você parece ter todas as respostas enquanto eu tenho só as perguntas... já percebi isso desde quando entrei para o exército.

Fala ela, ainda olhando para Galahad. De alguma forma, a guerreira não sentia nenhuma "parede" entre os dois. Era fácil falar com o cavaleiro, o que normalmente deixava Ceinwyn feliz. Muito feliz.

Galahad sorri e mais uma vez, dá uma "palmadinha" na cabeça de Ceinwyn.

Galahad: Ora, eu sou seu tutor no exercito ... tenho que guiar você corretamente, não? Se não, que tipo de Cavaleiro [e cavalheiro] eu seria, se quando você precisasse, eu não estivesse lá?

Ceinwyn: Tutor... hum... bem, depois que tudo isso tiver terminado, vou poder voltar para Galender e assumir meu cargo como uma mulher. Isso é muito bom, e... bom... graças à você. Não sei como agradecer.

Galahad: Humm .... não sei se eu ficaria muito feliz ... se ... os outros souberem que você é mulher ... quer dizer, sabe como os homens são e ....

Ceinwyn: Ora Galahad, está com ciúmes? Eu vou continuar sendo a mesma... e vai ser melhor não ter que usar uma armadura tão, hum, apertada... essas coisas.

Murmura a guerreira, observando o cavaleiro, mas com a mente longe dali.

Galahad: Quem aqui está com ciumes? Eu só estou dizendo que a maioria dos homens do exercito são rudes e nem um pouco gentis com as damas. Não são, digamos, como EU.

Ceinwyn: É... você tem razão. Você é cavalheiro, às vezes até demais, sem ofensas claro.

Ela dá de ombros, cruzando os braços enquanto voltava a fitar a lua no céu. [wtf?]

Galahad: Um homem que não sabe tratar uma mulher com o devido respeito que ela merece, não deve ser considerado como um homem. - o cavaleiro diz, "filosoficamente", a seu estilo - bom, espero poder ter ajudado, Ceinwyn. Agora ... eu preciso muito descansar ... essa guerra mais o alcool dos elfos está acabando comigo ...

Ceinwyn: Certo, eu também. Ah, vou deixar bem claro, da próxima vez... sem apostas.

Fala ela, de um jeito estranhamente brincalhão demais para a guerreira, seguindo para o quarto que fora indicado à ela quando chegara em Selariel.

Galahad: Vou me lembrar dessa! - ele responde, rindo, entrando em um outro quarto.

Ceinwyn já estava descansando, porém, um sonho que há muito ela não tivera, voltara para assombrá-la.
"O sangue escorria dos ferimentos do rapaz, enquanto eu escutava uma alta e assustadora risada. 'Quem... quem está aí?' foi o que consegui dizer, com a voz trêmula.
Era estranho, a floresta estava se tornando um quarto escuro. Nele havia apenas um trono, escuro como a sombra que ali estava sentada.
Eu sabia que ele estava olhando para mim, mesmo não conseguindo ver o seu rosto.
'Quem.É.Você?' perguntei, agora firmemente. Não estava mais com medo. Talvez no fundo eu soubesse que era apenas um sonho. Mas... era mesmo?
Meus pensamentos foram interrompidos com aquele mesmo timbre assustador de antes. Ele levantou-se, caminhando na minha direção.
'Seus dias estão contados... guarde minhas palavras. Você sentirá, logo logo... o que eu senti.'
Ele sorriu, segurando meu queixo e por mais que eu tentasse me afastar, não conseguia. Seus olhos... eles..."
Em um salto, Ceinwyn acordou, ofegante. Ela sentou-se na cama, percebendo que estava chorando, além do seu corpo estar coberto de suor. Por que aquele sonho? O que era aquilo? Quem era aquele homem?
Apertando seu rosto entre as mãos, a guerreira suspirou, afastando os pensamentos, por hora.
Levantando-se, Ceinwyn seguiu para o lavatório, onde tomou um banho rápido. Após estar limpa, ela foi até o quarto de Wang, checando se o elfo estava dormindo. Seria uma noite difícil para ele, a guerreira sabia, por isso estaria ali caso ele precisasse.
Sentindo pontadas na cabeça, Ceinwyn foi até a cozinha, começando a preparar um chá.

Ceinwyn: Pelo menos isso vai diminuir com a dor... mas aquele homem... eu realmente... estava com medo...

Ao contrario do que parecia, Wang não estava dormindo.
O elfo estava apenas ali, deitado, recordando de várias coisas boas que passara ... com uma unica pessoa.
Entretanto, ele foi tirado desse loop de memórias, quando sentiu o cheiro de Ceinwyn entrar e em seguida sair de seu quarto.
Pensando que a compania [sei lá] de Ceinwyn lhe faria bem, o elfo a segue.

Ceinwyn começou a preparar seu chá, ainda pensando sobre o sonho. Por que ela estava chorando se sabia que não era real?
Na verdade, isso não importava agora. Aquele homem... ela tinha certeza que o conhecia de algum lugar, mas não sabia de onde.
Após alguns minutos, vendo a água no fogo, como um choque a expressão de Ceinwyn tornou-se surpresa e assustada.

Ceinwyn: O rapaz sangrando... Z... Zephyr? Mas... não foi uma pessoa que... eu lembro do monstro... lembro...

A guerreira abaixou a cabeça, sentindo sua garganta presa. Ela não entendia o sentido daquele sonho, mas parecera tão real e surreal ao mesmo tempo. E se fosse mesmo uma pessoa o assassino de Zephyr? Mas então, por que ela lembrava-se do monstro e da volta dos dois para casa claramente?
Ceinwyn havia bloqueado aquelas memórias por tanto tempo que agora já não sabia mais dizer se haviam acontecido ou não. Era ruim, muito ruim. Ela também percebera que já não lembrava-se muito bem do rosto do seu irmão, por isso a demora para entender que era ele no sonho.

Ceinwyn: Tch... o que é isso, logo agora? Por que lembrar dele...

Tudo o que se passava na mente dela era contraditório. Uma hora parecia fazer sentido, outra não. A guerreira, confusa, colocou o rosto entre as mãos, sentindo como se sua cabeça fosse explodir com tantos pensamentos. Ao fazê-lo, ela não percebeu a água fervendo, ainda presa na sua própria confusão.

Ao chegar na cozinha, Wang vê Ceinwyn e na mesma hora percebe a agua fervendo, esquecida no fogão.

Ele corre para tirar a chaleira do fogo, antes que alguma coisa acontecesse.

Wang: Ceinwyn! Alguma coisa de errado aconteceu?

Ceinwyn se vira para fitar Wang, tomando um susto e agindo rápido. Nesse momento, sua visão escuresse, deixando apenas visível aquele par de olhos [lol] que a guerreira vira em seu sonho.
Ao voltar a enxergar, Ceinwyn percebe ser tarde demais para desviar do balcão, tropeçando e caíndo sentada. Ela lança um olhar para o elfo em sua frente, indecifrável. Naquela hora, apenas aqueles olhos estavam em sua mente.

Ceinwyn: E-e... Wang...

Wang: Você parece perturbada - o elfo diz, colocando a chaleira quente em cima da pia e se sentando ao lado de Ceinwyn - teve um pesadelo?

Ceinwyn assente, aproximando os joelhos do corpo. Wang não sabia sobre seu irmão e agora não era um bom momento para contá-lo, afinal, ainda tinham que resolver muita coisa para criar outro problema logo agora.
A guerreira engole em seco, apertando seu punho.
'Por que' era o que mais ecoava em sua cabeça. Por que ela tivera aquele sonho? Por que nele uma pessoa matou seu irmão? Por que ela ainda continuava vendo aqueles olhos? Por que ela se lembrava deles de algum lugar?

Ceinwyn: Por que... eu odeio 'por que'! Esse sonho está me tirando do sério! Que raios! Eu nunca mais vou beber, estou fazendo esse juramento agora! Deve ser por isso, certo? Tem que ser! Não faz sentido! Aqueles olhos, eu ainda estou os vendo, aqui, na minha frente. O seu toque no meu rosto, eu ainda sinto. Como? Eu devo estar ficando louca!

Começou a falar rapidamente Ceinwyn. Ela não respirou em nenhum momento entre suas frases, tornando-as difíceis de serem entendidas.
Era estranho ela ter falado aquilo para Wang, mas ela sentia que se não começasse a soltar esses pensamentos, sua cabeça ia explodir mesmo.

Wang não entendia muito bem o que Ceinwyn estava dizendo, mas sabia que seria melhor que deixasse ela contar tudo o que tinha sem a interromper.
Afinal, sempre ouvira dos humanos que "contar seus pesadelos a alguém ajudava a espantar seus demonios.

O elfo, aproveitando então da agua quente, terminou o trabalho de Ceinwyn, e fez um chá que iria deixa-la menos tensa.

Wang: Tome isso, Ceinwyn, vai te fazer sentir melhor - ele diz, entregando uma xicara pra a guerreira - e ... se quiser compartilhar comigo o seu sonho, eu gostaria de ouvir.

Ceinwyn: Não! Digo... não que você não possa ouví-lo... ou que tenha sido algo... - ela suspirou - Ainda tem coisas que eu prefiro deixar em segredo. Mas... você já teve um sonho que pareceu tão real que você inclusive sentiu tudo o que estava sendo feito nele?

Perguntou Ceinwyn, aceitando o chá e já bebendo um pequeno gole, devido ao calor.

Wang acenou positivamente, dizendo

Wang: Sim, eu já tive essa experiência, e sei o quanto é aterrorizadora e sufocante.

Ceinwyn: Eu devo estar sob o efeito do álcool ainda... me desculpe por isso. Aliás, obrigada pelo ch-

Mais uma vez aquela risada ecoou na cabeça de Ceinwyn, a fazendo derrubar o resto do chá quente no seu braço. Ela soltou a xícara por instinto, movendo o membro para perto de si, com uma expressão de dor.

Ceinwyn: Mas que m... droga!

O elfo puxa Ceinwyn para perto da pia, e automaticamente coloca seu braço debaixo de uma torrente de água fria.

Wang: Está bem, Ceinwyn. Não fique assustada, por mais que tenha parecido real, aquilo foi só um sonho. Veja, eu estou aqui, do seu lado agora.

Ceinwyn permanece olhando para Wang por alguns segundos, até abaixar sua cabeça e a encostar no peito do elfo, sem que ele pudesse ver seu rosto.

Ceinwyn: Eu... já não lembro... mais dele... por mais que ele seja... meu irmão... eu esqueci. Como alguém pode ser tão... ruim a esse ponto?

Wang abraça Ceinwyn gentilmente, tentando acalma-la o quanto podia

Wang: Foi com ele que você sonhou ...? -

Ceinwyn: Com... o dia em que ele morreu... por minha - ela hesitou por um momento, mas prosseguiu - minha causa... mas agora estava diferente. Eu já não sei mais se é verdade ou não... como posso me esquecer disso? Por que... eu não sei? Esse sonho... aqueles olhos... eu lembro deles, mas é a única coisa... quando ele me tocou... parecia real. O calor... a sua mão... ele estava no quarto. Eu...

Ela parou de falar, com a respiração forte. A guerreira não conseguia expressar o que sentia com perfeição, mas tentava. Era difícil para alguém como Ceinwyn dizer o que estava sentindo, porém ela se esforçava, mesmo que as palavras não viessem.
A garota segurou forte a camiseta de Wang, como se o chão fosse um buraco e ela precisasse desesperadamente agarrar-se em algo para não cair.

Wang: As suas memórias devem estar confusas, Ceinwyn. O medo de perder alguém tão querido deve ter feito você confundir o que viu e bangunçar as suas lembranças. Lembranças que estão fluindo de volta, tentando dizer algo a você.

Ceinwyn: Mas dizer o que? Tudo o que eu me lembrava daquele dia era um monstro e... bem... nesse sonho... era uma pessoa. E se foi mesmo? - Ela se afastou um pouco de Wang, mas ainda ficando em uma pequena distância, sem olhá-lo no rosto - Se eu não tivesse ficado com medo... ele podia estar vivo... foi o que eu pensei por anos. Mas se foi mesmo uma pessoa... então existe um motivo. Algo que eu não sei sobre meu irmão... se foi uma pessoa... eu posso encontrá-la.

Wang: Essa pessoa, quem quer que seja, deve ter uma relação com você também, Ceinwyn. Alguma coisa que ainda não está clara, mas que vai aos poucos se revelar. Meus amigos nomades sempre diziam que um sonho contem mais do que memórias. Eles são também visões do que nos reserva para o futuro. E o seu, deve cruzar com essa pessoa.

Ceinwyn permaneceu em silêncio, pensando sobre as palavras de Wang. Ela então fitou o elfo, com uma expressão receosa.

Ceinwyn: Visões do futuro? Wang... ele disse... "Seus dias estão contados... guarde minhas palavras. Você sentirá, logo logo... o que eu senti."

Murmura a guerreira, subitamente sentindo um calafrio percorrer-lhe a espinha.

Wang coça seu queixo, com uma expressão perplexa no rosto

Wang: "Seus dias estão contados ...."? Parece um mau-agouro ...

Ceinwyn: Se ele quer me encontrar, que seja. Eu vou descobrir o que aconteceu de verdade naquela noite!

Fala a guerreira, subitamente com a sua determinação e força de volta. Ainda que ela tivesse um pouco de medo daqueles olhos que a assombraram nos sonhos, agora Ceinwyn já havia conseguido se acalmar.
Ela tinha certeza que se estivesse junto do grupo, nada de ruim poderia acontecer. Era só ver por essa guerra.

O elfo sorri

Wang: Essa é a Ceinwyn que eu conheço.

Ceinwyn acerta um soco de leve, no braço de Wang, abrindo um fraco sorriso.

Ceinwyn: E você? Conseguiu descansar?

Wang: Para falar a verdade ... não. Eu não consegui dormir direito desde aquela hora - ele diz, coçando a nuca - mas, até que é melhor assim ... se não, eu não estaria com você aqui agora.

Ceinwyn corou, virando o rosto e esfregando o braço "queimado", sem jeito.

Ceinwyn: Ehn... desculpe. Digo... é melhor você descansar... essa guerra foi um tanto... cansativa.

Wang: O mesmo vale para você, Ceinwyn. E não se esqueça de deixar bastante água cair nesse seu braço, ok? Quando eu puder, faço uma "pasta" [AKA pomada] para aliviar o ardor. - ele se levanta, e poe a xicara na pia - boa noite ...

Ceinwyn: Boa noite Wang... e obrigada.

Murmura ela, sem se mover. A guerreira ainda não estava se sentindo muito bem para dormir mais uma vez. Aquele pesadelo tirara todo o sono que ela tinha. Mesmo assim, sem querer preocupar Wang, Ceinwyn voltou a botar seu braço debaixo da água, como se dizendo que iria ficar ali mais um tempo em função disto.